O câncer é a segunda causa de morte não natural no Brasil e no mundo, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares. A previsão é que em 2015 surjam 14 milhões de novos casos da doença no mundo, sendo 576 mil só no Brasil. Entre os tipos de tumor de maior incidência no país estão os de pele, próstata, mama, colorretal (intestino grosso), colo uterino, pulmão e estômago. Por se tratar de um problema tão sério, a data de 4 de fevereiro foi escolhida como Dia Mundial do Câncer.

A doença é caracterizada pela alteração do código genético (DNA) das células, que passam a se multiplicar de forma desordenada, dando origem aos tumores. Quando atingem os vasos linfáticos, geram metástases, atingindo outras partes do organismo.

Fatores de risco
Entre os fatores de risco da doença está o envelhecimento da população, de acordo com Dr. Ademar Lopes, Vice-presidente do A.C.Camargo Cancer Center e Diretor do Departamento de Cirurgia Pélvica. “Quanto mais tempo uma pessoa vive, maiores as chances de ela se expor a agentes causadores da doença”, explica.

Esses agentes podem ser divididos em físicos, químicos e biológicos. Os físicos incluem, por exemplo, exposição a raios solares sem proteção, o que pode provocar câncer de pele. Os agentes químicos englobam a ingestão de substâncias cancerígenas, como o tabaco e o álcool. “O fumo pode provocar câncer de pulmão, de laringe e de bexiga, entre outros tipos. A combinação de tabaco e álcool eleva as chances de câncer de boca e de laringe”, diz o médico. A obesidade, má alimentação e o sedentarismo também são fatores de risco.
Já os agentes biológicos incluem os vírus como o da hepatite B, que pode evoluir para câncer de fígado, e o HPV, que está relacionado ao câncer de colo de útero, podendo provocar também tumores de pênis e na região da boca e garganta. Outro fator que contribui para o desenvolvimento de tumores malignos é o genético. De 8% a 10% dos casos de câncer são hereditários.

Prevenção primária
Uma vez conhecidas as principais causas do câncer, é possível adotar medidas preventivas. “A prevenção primária inclui alimentação balanceada entre fibras, açúcares e gordura, evitando o excesso de carne vermelha”, aconselha Dr. Ademar. “Além disso, é importante não fumar, não ingerir ou consumir moderadamente bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos e evitar a obesidade.”
Contra os vírus da hepatite B e HPV existem vacinas.  No caso do HPV, a vacinação é recomendável para ambos os sexos antes do início da vida sexual. As mulheres também devem realizar o exame Papanicolau a partir dos 21 anos ou do terceiro ano após a primeira relação sexual. E todos têm de usar preservativo nas relações sexuais.
Atenção a sinais indicativos de lesões precursoras da doença também é fundamental. “Pintas escuras na pele podem se transformar em melanoma, assim como pólipos (pequenas verrugas) na camada interna do intestino grosso podem evoluir para câncer colorretal”, orienta Dr. Ademar.

Prevenção secundária
Mesmo tomando esses cuidados, é recomendável realizar exames para rastreamento, ou seja, a prevenção secundária. “É importante passar por um médico bem preparado, que converse com o paciente e, a partir dos possíveis fatores de risco identificados, ele pedirá exames”, diz Dr. Ademar. Pessoas que têm casos de câncer na família, por exemplo, podem ser orientadas a procurar aconselhamento genético.
Mesmo quem não está exposto a fatores de riscos específicos deve passar por exames de rastreamento regularmente a partir dos 50 anos de idade: os homens precisam realizar exames de toque retal e de dosagem de PSA (antígeno prostático específico) para avaliar a existência ou possibilidade de câncer de próstata. As mulheres devem fazer exames de mamografia e Papanicolau, a fim de verificar tumores de mama ou ginecológicos. E tanto os homens como as mulheres têm de fazer colonoscopia, que detecta câncer colorretal.
“Hoje é possível curar muito mais casos de câncer do que no passado”, diz Dr. Ademar, frisando que o diagnóstico precoce eleva para 85% a 90% as chances de cura da doença. O médico lembra que entre os fatores que contribuíram para isso estão os avanços científicos e a evolução de grandes centros oncológicos como o A.C.Camargo, que é referência em ensino, pesquisa, prevenção e tratamento do câncer.

Fonte: www.accamargo.org.br

Fonte: http://www.economus.com.br/

Site: Economus

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